Ao ver surgir um leão, parou de pensar. A perseguição começou.
O cervo levou vantagem por se distanciar muito do leão, pois a força dos cervos está nas pernas e a dos leões no coração. Enquanto estava em campo aberto, o cervo manteve uma distância salvadora. Mas, ao entrar num bosque, os chifres se emaranharam nos galhos das árvores; interrompida a fuga, ele caiu nas garras do leão. Quando estava morrendo, disse a si mesmo:
- Pobre de mim! Eu achava que minhas pernas me atrapalhavam e foram elas que me salvaram; acreditava em meus chifres e eles me traíram.
Assim acontece muitas vezes, quando o perigo nos ronda. Aquilo em que não acreditávamos nos salva, e aquilo com que contávamos nos trai.
[Ouvindo: Cautioners - Jimmy Eat World - Bleed American]